sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CE 085 INTERDITADA


Ceará é o estado do Brasil que mais gera energia a partir da fonte eólica e o segundo em capacidade instalada



Diante dos problemas nas redes de energia elétrica, fontes renováveis podem ser consideradas alternativas para complementar outras fontes de energia. E ganham na economia e sustentabilidade

04/11/2012 - O Ceará é o estado do Brasil que mais gera energia a partir da fonte eólica e o segundo em capacidade instalada, perdendo apenas para o Rio Grande do Norte em termos de contratação futura. Foi também o primeiro estado a receber a instalação de uma usina comercial de energia solar, a MPX Tauá, localizada no município de Tauá, a 337 km de Fortaleza.

São 18 usinas eólicas em funcionamento, que produzem 544.434 KW de potência total, equivalente a 38,70% das fontes de energia do Estado. Mais 11 usinas estão em construção e em breve deverão gerar 286.096 KW de potência. Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em agosto, o Ceará foi o estado brasileiro que mais produziu energia eólica, foram 170 MW (megawatts). Energia suficiente para abastecer o consumo de 400 mil residências.

Segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o Ceará, que foi pioneiro na implantação desse tipo de investimento, deve receber até 2016, 56 novos parques eólicos. “Esses parques somam cerca de 1,4 GW de potência e refere-se aos parques já contratados durante o período de 2009 a 2011. Mas, em função dos próximos leilões e do livre mercado, esse número poderá ser maior e isso é bom”, explicou o assessor técnico da Abeeólica, Sandro Yamamoto.

Potencial

Para o engenheiro e presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica, Adão Linhares, o Estado possui potencial excepcional na geração de energia eólica, mas isso não o deixa protegido de possíveis apagões, como o que ocorreu na semana passada. “O sistema brasileiro está todo interligado. Se houver uma queda geral na transmissão, a eólica também é desligada”. Segundo ele, cerca de 18% da demanda de energia consumida no Estado já vem das forças dos ventos.

Complementar

O presidente do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico Ceará (Sindienergia-CE), Elias do Carmo, explica que o Ceará tem o melhor potencial eólico do Brasil, ao ponto de ajudar a abastecer outras fontes de energia e a suprir a demanda solicitada pelo Estado. “A situação da energia elétrica está crítica e nós estamos vulneráveis aos apagões, por conta da ligação dos sistemas e dos reservatórios, que estão cerca de 50% baixo da sua capacidade. No entanto, a fonte eólica não pode ser considerada firme, pois depende da natureza. Mas enquanto tiver em funcionamento, teremos fontes de energias complementares”.

Segundo ele, o Ceará também poderá ser exemplo como gerador de energia solar. “A geração da energia solar ainda é considerada cara. Mas quando o mercado estiver mais competitivo teremos energia suficiente para suprir a demanda local e ainda exportar para outros estados”.

5 Hectares é o tamanho médio de um parque eólico

Saiba mais

De acordo com Elias do Carmo presidente do Sindienergia- CE, a velocidade média dos ventos no litoral cearense é de 10 m/s. A melhor registrada no País para a geração de energia eólica.

De 2 a 3 anos é o tempo para que a área desmatada durante a implantação de um parque eólico se recupere. “A atividade é limpa e com riscos ambientais reduzidos. Mas, a vegetação de grande e médio porte pode não retornar”.

De acordo com Hugo Lamin, da Aneel, o retorno financeiro da micro e minigeração deverá ocorre em média dez anos após a instalação do equipamento, dependendo da potência adquirida.

O sistema de distribuição de pequeno porte é válido para os geradores que utilizem fontes incentivadas de energia como hídrica, solar, biomassa, eólica e cogeração qualificada.

O preço da energia eólica está a R$ 106 MG/hora. Esse valor foi definido em junho deste ano.

Hoje a energia eólica responde por 1% da matriz elétrica e deverá chegar a 5,3% em 2014, com a implantação dos projetos já contratados nos últimos leilões, de acordo com a Abeeólica.

O POVO

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