sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

FESTA DO PISCA ( FONTE FACEBOOCK)

BREVE CONSIDERAÇÕES SOBRE A FESTA DO PISCA
Por Gláucia Sena em Amantes do Paraíso - Flecheiras - Trairi - Ce (Arquivos) • Editar documento


A FESTA DO PISCA é um evento que acontece ANUALMENTE , nos 2 ou 3 dias que antecedem o Ano Novo, na localidade de Flecheiras – Trairi- CE. Considerado uma Tradição por alguns, o evento tem gerado polêmica entre moradores da comunidade, visitantes, empresários, comerciantes e autoridades.
Ao longo dos anos a Festa do Pisca passou por algumas transformações, algumas delas são benéficas e outras precisam ser tratadas. A grande maioria da Comunidade Defende a realização do evento baseada nos seguintes motivos, entre outros:
a) Ser um evento originário da Comunidade de Flecheiras, que ocorre há mais de dez anos;
b) Geração de renda para a Comunidade, através de aluguel de casas de Nativos;
c) Geração de renda com aquecimento do comércio local, através da venda de vários itens, como gelo, gasolina, bebidas, pão, frutas, cereais e produtos de limpeza e higiene pessoal;
d) Geração de renda de pequenos comerciantes do ramo de alimentação, a exemplo de sorveterias, quiosques de comidas, bares e similares através do incremento das vendas;
e) Geração de renda extra para várias famílias, não só da comunidade de Flecheiras, com atuação maciça da comunidade do Barreiro, mas também de distritos circunvizinhos, a exemplo de Emboaca, Guajiru, Canaãn e demais distritos , entre elas a própria sede, através do comércio ambulante de bebidas e comidas efetuado na área do Pisca
f) Ser um evento direcionado aos jovens;
g) Evento integrante do Calendário turístico de Flecheiras;
h) Ser um evento, que por ocorrer paralelo ao evento do ano Novo, permite que o outro evento conhecido como” Réveillon dos Nativos e Amigos de Flecheiras”, se torne um evento mais organizado e seguro, voltado para um outro público , a saber: as famílias e visitantes com seus jovens, crianças, idosos e amigos,em função do Município não possuir estrutura física, social, de segurança e de saúde, públicas ou privadas, viaturas, ambulâncias, unidades hospitalares e efetivo humano, para abrigar, policiar ou socorrer cercas de quase 20.000 pessoas

Embora, os opositores do Pisca alegam ser este um evento maléfico que não traz renda para a comunidade, suja a praia e no qual existem, droga, violência, prostituição e barulho, e que tal festa não coaduna com a característica de Flecheiras como praia de paz e sossego, para quem vive na comunidade e frequenta a Festa do Pisca, resta claro que várias destas afirmações não procedem, motivo pelo qual é esta breve exposição, no intuito de que a mesma possa servir de base para reflexões e futuras decisões pessoais e jurídicas:

VISÃO DOS OPOSITORES:
1- Pisca é uma festa de Playboys - MITO - O pisca é uma festa que hoje atrai muitos jovens, entre eles playboys, no entanto a festa do pisca também é frequentada pela grande maioria dos jovens de Flecheiras e seus familiares, na qualidade de visitantes, que não têm nada a ver com playboys. São jovem filhos de pescadores, garçons, estudantes, trabalhadores do turismo, etc e etc. O evento teve sua origem na comunidade, há mais de dez anos. Segundo o Sr. Carlos Uchôa o inventor do pisca foi seu filho, juntamente com alguns amigos, a cerca de 15 anos ou mais, em face de não existir, naquela época, nenhum tipo de evento que comemorasse o Réveillon nas Flecheiras. Um outro grupo de Nativos relata que a festa originou-se nos jovens da Comunidade que não tinham dinheiro para frequentar a famosa festa “ RÉVEILLON DO LEO” , um evento fechado que acontecia na localidade de Flecheiras até o ano de 2006, no qual os jovens nativos não tinham dinheiro para entrar. Em ambas versões o nome do evento (Festa do Pisca) originou-se da utilização de um ou dois carros, por este grupo de jovens, para ouvir musica, os quais tinham que permanecer com o pisca alerta ligado para não descarregar a bateria. O local da festa é a areia da praia, porque era na areia da praia, em frente a casa do Léo, ou da casa do SR. Carlos Uchôa, que os jovens se reuniam. O dia da festa era sempre 31 de Dezembro, data do Réveillon e da festa do Léo. Este fato demonstra claramente ser uma INVERDADE que a festa do pisca é uma festa criada pelos PLAYBOYS “Filhinhos de papai” que hoje frequentam nosso Réveillon. Serve ainda para explicar porque A COMUNIDADE DE FLECHEIRAS NÃO ACEITA O FIM DA FESTA DO PISCA, UMA VEZ QUE ELE É UM EVENTO TRADICIONAL DOS JOVENS DA COMUNIDADE, PUGNANDO AINDA PELA SUA INCLUSÃO OFICIAL NO CALENDÁRIO TURÍSTICO DA COMUNIDADE. CARECENDO DE RECONHECIMENTO COMO “TRADIÇÃO LOCAL E PATRIMÔNIO CULTURAL” DEVENDO ANTES SER ORGANIZADO, E NÃO INIBIDO, PELA COMUNIDADE, AUTORIDADES E PREFEITURA.

2- Pisca não traz renda para a comunidade – MITO – A festa do pisca é defendida por Comerciantes, Ambulantes, Locatários de casas por temporada (fim de ano), Jovens, artesãos, Bugueiros e Famílias Nativas, que têm neste evento uma forma única de realizar uma entrada extra de renda, considerada muito boa em razão da sazonalidade existente no distrito, quer seja originária da pesca ou do turismo. Fato é que o pisca atrai cerca de 10.000 pessoas, entre visitantes, moradores, trabalhadores e veranistas. Torna-se claro que 10.000 pessoas ao passar por uma comunidade em 03 dias nela consomem pão, água, gelo, bebida, carne , legumes, cereais, material de limpeza e higiene pessoal, gasolina, compram artesanato, frequentam bares, quiosques de comida. Compram artesanato, passeiam de buggys e realizam incontáveis outros gastos e atividades. Fato é que essas pessoas vêem em grupos, alugam casas ou ficam hospedadas com parentes. Se alugam casas pagam por elas de R$ 1.500,00 a R$ 12.000,00 reais. Gelo elas não trazem de casa, compram na comunidade. Elas não conseguem trazer bebida o suficiente para 03 dias de festa e nem comida, logo compram nas mercearias, bares e depósitos. Elas têm que abastecer os carros para voltar para casa. Se ficam na casa de parentes e amigos, estes, que são da comunidade, adquirem aqui seus suprimentos para estes dias. Logo, quando os opositores falam que não traz renda para a comunidade querem dizer que não traz renda para donos de pousadas e restaurantes com preços majorados. FATO É AINDA QUE ESTES VISITANTES TRAZEM UMA BOA PARTE DE SUA ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS, MAS ESTA PRÁTICA É VISTA COM BONS OLHOS PELA COMUNIDADE, UMA VEZ QUE O COMÉRCIO LOCAL NÃO SUPRIRIA, SOZINHO, A DEMANDA DE COMIDA E BEBIDA PARA QUASE 20.000 PESSOAS.

3 – A Festa do Pisca suja a praia – VERDADE – É fato que 10.000 pessoas reunidas em um local bebendo e comendo sujam a praia, mas este fato não é crucial para a não realização do Pisca uma vez que:
a) a sujeira deixada é na areia da praia, e não dentro do mar, e pode e deve ser recolhida em tempo hábil e de forma correta;
b) o Réveillon de Copacabana reúne 100 vezes mais gente que o pisca e nem por isso a prefeitura ou os empresários locais querem acabar com o mesmo, ao contrário, ano após ano o famoso Réveillon de Copacabana vem se tornando cada vez mais organizado e contando com um maior número de frequentadores, gerando cada vez mais renda e fomentando a atuação dinâmica, conjunta e eficaz das autoridades policiais, dos empresários locais, da prefeitura e da comunidade,
c) A Organização do pisca deve ser delegada a um grupo ou entidade ligado(a) a Comunidade, o(a) qual possa se organizar e promover o mesmo de forma economicamente viável e ambientalmente correta, devendo se responsabilizar pela coleta do lixo, a realização e divulgação do evento, interagir com prefeitura e autoridades , e se comprometer com a geração de renda, agindo obrigatoriamente dentro da Lei e da Ordem, primando pela segurança dos participantes, pela conservação do meio ambiente e pelo sossego e melhoria das condições de vida da comunidade e a preservação das tradições locais.

4 – No pisca tem prostituição – MITO – Não se ouviu falar, até esta data, em atuação de garotas e garotos de programa, de rufiões ou similares, na área do pisca, nem mesmo de casos de pedofilia ou assemelhados. Nota-se que a palavra PROSTITUIÇÃO deve estar sendo erroneamente utilizada. Fato é que há, assim como existem em todos os grandes eventos, nos quais há reunião de jovens, a exemplo do Fortal, Carnaval, Reveillon e outros, uma grande quantidade de formação de novos casais, sem no entanto ocorrer cobrança ou prestação de serviços sexuais, mas tão somente simples relacionamentos nos atuais moldes de nossa cultura. Exageros a parte, se namoro for motivo para inibir um evento, teremos que acabar com nossa festa de Fim de Ano, com nosso Carnaval e realizar busca e apreensão de menores em vários locais, por todo o município, inclusive em inúmeras pousadas e casas alugadas as quais atualmente abrigam uma grande quantidade de homens que trabalham na construção das usinas eólicas e nas quais invariavelmente percebe-se a presença de menores. Dizer que há prostituição na Festa do Pisca é um exagero que deve ser coibido, uma vez que a palavra PROSTITUIÇÃO tem significado próprio não devendo o mesmo ser descaracterizado.

5 – O pisca tem Droga – VERDADE – A droga é uma realidade não só no pisca, mas nas ruas, nos bares, restaurantes, pousadas, festas particulares, festas públicas e principalmente nos grandes eventos. Não se trata mas de algo que ocorre isoladamente em um local ou outro, mas sim de uma mazela social que permeia toda uma geração e toda nossa sociedade. Tornou-se, infelizmente, usual e comum, no entanto ela também não é motivo para acabar com a festa do pisca, só usa Droga quem quer, o pisca não fomenta a venda e o uso de drogas. Embora não se possa negar a presença de usuários e ou traficantes no local, não se pode também deixar de enxergar que estes estão em todas as partes e não só no pisca, e fazem parte do nosso dia a dia. Fato é que em todos estes anos de pisca não se ouviu falar em um único caso de morte por overdose, ou ainda de inúmeras entradas no hospital de Trairi por overdose, ou qualquer outro tipo de ocorrência ligada diretamente ao uso ou a venda de drogas, de onde se extrai que, se há usuários eles estão agindo dentro de seus hábitos diários, não há extrapolação de limites.

6 – O pisca tem violência – MITO – Não há registros oficiais ou extraoficiais de violência no pisca. Não há em todos estes anos, noticias de estupro, roubos, latrocínios, saques, rixas, mortes, lesões corporais ou assalto. E se por acaso houver ocorrência oficial de delitos menores, os números devem ser insignificantes, visto que desconhecidos da população. Fato é que o PISCA É UM EXEMPLO RARO DE NÃO VIOLÊNCIA. QUAL EVENTO REUNE CERCA DE 10.000 PESSOAS, COM UM EFETIVO DE 04 VIATURAS POLICIAIS, E NÃO HÁ NOTÍCIAS DOS CRIMES ACIMA CITADOS?. Em nosso município uma simples festa acaba em briga, policia e tudo mais, E O PISCA NUNCA ACABOU NUMA BRIGA. Mais uma vez, a violência existente no pisca não o torna um evento perigoso, ao contrário, seus frequentadores são unânimes em elogiar o clima de confraternização, liberdade, alegria e paz que o evento propicia, motivo pelo quais as famílias da Comunidade permitem que seus filhos e netos frequentem o Pisca.

7 – O pisca causa barulho na comunidade – MITO – o local onde o pisca ocorre atualmente não oferece barulho para a comunidade. Não há casas, pousadas, comércios ou qualquer tipo de habitação na localidade do Pisca. Desde 2010 o pisca vem sendo realizado há alguns quilômetros do centro de Flecheiras, em face do barulho produzido pelos paredões. Certo é que o barulho do pisca não mais perturba o sono e a tranquilidade da comunidade. Fato é ainda que o que pode vir a perturbar a comunidade a é utilização de paredões dentro das Ruas de Flecheiras, em horários incompatíveis com a Lei do silêncio, prática esta que a Comunidade deseja inibir, uma vez que originariamente, desde o Réveillon do Léo, a festa do pisca tem hora e local para se realizar. A COMUNIDADE DEFENDE O PISCA NOS DIAS QUE ANTECEDEM AO ANO NOVO, NO LOCAL LONGE DO CENTRO DA COMUNIDADE, SEMPRE NA BEIRA DA PRAIA, NO HORÁRIO DE 20h.00 ÀS 08h00 DA MANHÃ DO DIA SEGUINTE, COM UTILIZAÇÃO DE SOM DE CARROS, QUER SEJA NO PORTAMALAS OU EM DISPOSITIVOS ANEXOS, DENTRO DOS LIMITES DO TOLERÁVEL PELO OUVIDO HUMANO. DESEJA AINDA QUE SEJA BAIXADA PORTARIA MUNICIPAL E POSTERIORMENTE ELABORADO UM PROJETO DE LEI, QUE DEFINA AS REGRAS DE REALIZAÇÃO DA FESTA DO PISCA E APLIQUE MULTA E PENAS DE RETENÇÃO PARA VEÍCULOS, E SEUS CONDUTORES, QUE UTILIZEM O SOM DE SEUS CARROS FORA DO HORÁRIO E LOCAL CONVENCIONADOS, EXCEÇÃO FEITA A VEÍCULOS QUE UTILIZAM SOM COMUM , COM ALTURA DOS DÉCIBEIS PERMITIDOS POR LEI, SEMPRE DENTRO DO HORÁRIO DA LEI DO SILÊNCIO.

9 – Flecheiras – Recanto de Paz e Sossego – VERDADE - Embora os opositores do Pisca teimem em dizer que a realização do evento descaracteriza a fama de flecheiras como uma praia de paz e sossego, tal afirmação não procede. A paz e o sossego de Flecheiras vêm do atuar de seus habitantes, da forma como o Nativo sempre cuidou de sua terra, assim bem como do seu modo de agir e pensar. De sua forma de receber o visitante e de seu modo de fazer e de pensar a vida. O sossego de Flecheiras não foi importado ou mesmo imposto por alguns que aqui chegaram e vislumbraram nesta praia e comunidade paradisíacas a possibilidade de trabalhar e de fazer seu pé de meia com qualidade de vida. A comunidade que o deslumbrou e sempre acolheu é a mesma comunidade que luta pelos seus direitos, não só de ir e vir, mas também de manter suas tradições e conquistas, assim bem como de ter seus direitos e deveres protegidos e preservados. Se tal comunidade fosse violenta, preguiçosa, desinformada ou mesmo burra e dependente de meia dúzia de empresários, como apregoam alguns, eles todos teriam falido ou ido embora e a presente peça não existiria. Das verdades acima extrai-se que a festa do pisca em nada descaracteriza a comunidade de Flecheiras, ao contrário, ela desponta como um marco na comunidade e uma forma singular da capacidade do Nativo de Inventar e de superar as dificuldades do dia a dia, uma vez que a mesma se originou da impossibilidade do nativo pobre frequentar uma festa de ricos, criando um evento que hoje ganhou fama nacional e até internacional, inovando não só a cultura local como servindo de base para outros tipos de eventos, MOTIVO PELO QUAL A COMUNIDADE NÃO ABRE MÃO DE SUA CULTURA, MUITO MENOS DE UMA FESTA QUE ENTENDE SER PATRIMÔNIO CULTURAL DO DISTRITO, E POR ASSIM SER, TÊM PROTEÇÃO LEGAL NOS TERMOS DA PELA CRFB/88, EM SEUS VÁRIOS ARTIGOS, INCLUSIVE EM VÁRIOS INCISOS DO ARTIGO 5º. Fato é que a realização da Festa do Pisca, a vários km do centro de Flecheiras, em dias e horários programados, de forma organizada e com o apoio da comunidade, da prefeitura, das autoridades e dos amigos só encantará o visitante, aumentará a renda da comunidade e preservará a paz, o sossego e a cultura local.





PERGUNTAS QUE MERECEM REFLEXÃO
- O que é Comunidade?
- O que, ou Quem ou ainda Quantos podem se dizer respresentantes de uma Comunidade?
- Bem comum e Interesses particulares tem que estar inversamente protegidos?
- Podem os interesses pessoais se sobrepor aos interesses gerais?
- Podem a Lei e a ordem ser feridas?
- Problemas devem ser resolvidos ou abafados?
- Incapacidade tem obrigatoriamente que gerar impossibilidade?
- Proteger, Organizar, Inovar e dar as mãos é uma receita de sucesso ou uma prova de fraqueza?
- É melhor organizar o que se conhece, ou fomentar o descumprimento da lei e condenar a comunidade a sofrer a iminente e inevitável desordem?
A comunidade de Flecheiras, entre eles os seus integrantes de menor renda, os quais têem no pisca a possibilidade única de obter uma renda anual extra ( que pode vir a representar até 10 vezes mais o que um pai de família ganha mensalmente) o que, dada a conhecida sazonalidade das atividades laborativas desenvolvidas na comunidade, torna-se um importante fato gerador de qualidade de vida na mesma, traz aqui sua exposição de motivos, pugnando pela continuação da realização da festa do pisca, requerendo não só a manutenção da mesma, mas sua organização de forma oficial, para que fatores negativos, normalmente relacionados a grandes eventos, e não só a festa do pisca, sejam inibidos ou ainda minimizados, visando melhorar o evento física, social e culturalmente, no claro intuito de manter seu patrimônio cultural e agregar valor ao turismo local.
deseja ainda que a oficialização deste evento ajude a maximizar os efeitos dos benefícios trazidos pela festa, com ênfase na geração de emprego e renda, na reciclagem de resíduos sólidos, na manutenção da cultura e das tradições locais e na valorização do jovem enquanto sujeito de deveres e direitos e força motriz das futuras gerações.
Flecheiras,( Trairi), Dezembro de 2012

FONTE: http://www.facebook.com/groups/Flecheirasce/doc/441531215896654/

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